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O Brasil realizou no ano de 2021 quase 30 milhões de atendimentos nutricionais na Atenção Primária (APS), porta de entrada do cidadão brasileiro ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados do Ministério da Saúde são resultado de uma série de políticas públicas, como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a Política de Segurança Alimentar e Nutricional, que buscam proteger a alimentação e promover a saúde da população brasileira.
Os dados foram divulgados pela pasta nessa quinta-feira (31/03), dia em que é comemorado o Dia Mundial da Saúde e Nutrição. Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), 37.536 nutricionistas atuam no SUS e 7.707 estão inseridos na Atenção Primária. Dados do Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB) mostram que 28,7 milhões de indivíduos tiveram seu estado nutricional avaliado na APS em 2021. Já 1,7 milhão foram avaliados quanto ao estado alimentar.
Segundo especialistas, a ingestão de alimentos adequados e saudáveis promove saúde e previne doenças. Por isso, alimentação e saúde são direitos garantidos pela Constituição de 1988, além de leis, publicações técnicas e políticas públicas voltadas para o apoio nutricional da população. Entre elas, está a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que traz uma série de diretrizes com objetivo de levar cuidados relativos à promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos.
Além disso, o Brasil foi um dos primeiros países a construir um guia alimentar que trouxe conceitos inovadores ao adotar a classificação dos alimentos por nível de processamento em vez do seu perfil de nutrientes. O Guia Alimentar para a População Brasileira adotou a definição que propõe a categorização em quatro grupos: in natura/minimamente processados; ingredientes culinários; alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Outra inovação foi fortalecer a cultura e o incentivo a hábitos alimentares saudáveis no país.
Em 2019, foi lançado outro manual: o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras com menos de 2 anos. A alimentação tem papel fundamental em todas as etapas da vida, especialmente nos primeiros anos, decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança. Os desafios do cotidiano na alimentação da criança são abordados no guia, com orientações voltadas para as famílias, responsáveis e profissionais de diversas áreas, incluindo informações sobre aleitamento materno e alimentação complementar saudável.
Outras publicações você pode conferir no link: Portal da Secretaria de Atenção Primária a Saúde
Como tudo isso chega até a população?
Na rede de serviços do SUS, o indivíduo, a família e a comunidade têm acesso a um conjunto de cuidados em Alimentação e Nutrição baseados nas políticas públicas citadas no início do texto. E essas são apenas algumas.
Confira a seguir:
• Aconselhamento nutricional para tratamento de doenças e agravos, como excesso de peso, diabetes e hipertensão arterial;
• Orientação sobre promoção da Alimentação Adequada e Saudável (incentivo, apoio e proteção), como os atendimentos realizados com mães e cuidadores de crianças pequenas, para o incentivo ao aleitamento materno e para uma introdução alimentar adequada e saudável;
• Educação Alimentar e Nutricional, como as campanhas e atividades coletivas desenvolvidas com a comunidade para incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras;
• Orientações alimentares para prevenção de doenças e agravos relacionados à má alimentação e nutrição, como o cuidado prestado aos indivíduos com obesidade;
• Suplementação profilática de micronutrientes para prevenção de carências nutricionais específicas, como o NutriSUS;
• Diagnóstico de distúrbios alimentares, deficiências e agravos nutricionais, como a identificação precoce de desnutrição em crianças e gestantes;
• Vigilância Alimentar e Nutricional, como o acompanhamento do cenário alimentar e nutricional da população para monitoramento do avanço da obesidade em adultos;
• Dietoterapia em internação hospitalar, como a atenção aos indivíduos que necessitam de dietas especiais durante internação;
• Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, como os casos relacionados à atenção domiciliar de indivíduos acamados que necessitam de apoio nutricional;
• Avaliação e diagnóstico nutricional, como a identificação precoce para intervenção oportuna nos casos de ganho excessivo de peso em adolescentes;
• Articulação Intersetorial para promoção da Segurança Alimentar e Nutricional, como a implementação da Estratégia Nacional para a Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil – Proteja.
O papel dos profissionais de saúde
Os profissionais da Atenção Primária estão preparados para ofertar cuidados que considerem as singularidades dos sujeitos em cada região. A ideia é possibilitar as respostas mais oportunas às diferentes situações. Por trás de todos os serviços ofertados pelo SUS, a população pode contar com um nutricionista atuando junto à equipe multidisciplinar tanto nas Unidades Básicas de Saúde quanto nos estabelecimentos especializados.
Os profissionais da nutrição e da saúde são a ponte das políticas públicas com a população e buscam ampliar o acesso e a oferta de uma atenção integral à saúde, considerando os diferentes arranjos organizacionais das equipes em que atuam. “A nossa expectativa é que todas as equipes de APS ofertem cuidados em Alimentação e Nutrição de acordo com as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade e a capacidade técnica dos profissionais que as compõem”, explica a coordenadora-geral da Alimentação e Nutrição do Ministério, Gisele Bortolini.
Recentemente, para auxiliar os profissionais nessa tarefa e gestores na organização dos serviços, foi elaborada a Matriz para Organização dos Cuidados em Alimentação e Nutrição na Atenção Primária à Saúde, que tem o propósito de fornecer bases que apoiem a estruturação destes cuidados nos diversos territórios cobertos pela APS no Brasil.
Com informações do Ministério da Saúde
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