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A safra brasileira de grãos deve alcançar 258,9 milhões de toneladas em 2022 e ter colheita recorde. O volume é 2,3% maior que o colhido no ano passado e supera o recorde anterior que é de 2020, quando foram produzidos no país 255,4 milhões de toneladas. Os dados são da estimativa de março do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada na quinta-feira (07/04), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Apesar da previsão de recorde, houve queda na estimativa de produção de grãos em 2022. Na comparação entre fevereiro e março, houve redução de 1,0% ou de 2,7 milhões de toneladas. O motivo são os problemas climáticos que impactaram, principalmente, a colheita de soja. Espera-se que a produção de soja totalize 116,2 milhões de toneladas neste ano, com redução de 13,9% em relação ao produzido no ano passado.
“A safra ainda é maior que a colhida em 2021, foi plantada em condições ideais, dentro de uma janela de plantio boa, mas a falta de chuva afetou, principalmente a região Sul do país. O Rio Grande do Sul já perdeu em torno de 50% das estimativas de produção de soja, o Paraná já perdeu acima de 40% e é uma cultura que afeta outras cadeias de produção como a suinocultura e a avicultura”, explicou o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes.
A área colhida em 2022 deve ser de 71,8 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 4,7% em relação a 2021. Na comparação entre fevereiro e a previsão de março, houve alta de 0,8%.
Condições climáticas
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da safra de grãos que, somados, representam 92,2% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida.
Além da soja, a falta de chuvas também reduziu a produtividade da primeira safra do milho, que tem estimativa de queda de 3,9% em relação ao ano passado. O arroz, que tem uma produção muito concentrada no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, deve ter uma safra 8,0% menor na comparação com o ano passado.
Com os problemas climáticos, apenas a região Sul teve sua estimativa de produção retraída (-5,9%) agora em março, frente à previsão de fevereiro. Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 30,8%, seguido pelo Paraná (13,8%), Rio Grande do Sul (9,2%) e Goiás (10,4%).
A estimativa
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país.
Os dados permitem não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, como também o prognóstico da safra do ano seguinte.
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